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Módulos de Explosão: A Infinita Possibilidade

||||| Exposição realizada em Janeiro/2013, no Atelier do Passo, Pelourinho ||||

  Quando eu era pequena tentava ressuscitar animais mortos. Não conseguia. A morte me dava dor de estômago. Isto era um segredo. Tinha medo de morrer. Descobri com o tempo que viver era uma questão de coragem e que dentro de uma vida há várias mortes.

  As tensões entre opostos me lançaram a novos espaços e novas situações. A minha inquietação principal acerca dos processos de nascimento e morte e a questão básica de saber de onde eu vinha e para onde ia me levaram para um lugar pulsante, ponto de intersecção de extremos.

 Falo do espaço onde as coisas acontecem. Falo de dinâmica e pulsação. Apenas ponho meu útero no prato e sirvo à existência. Uma vontade visceral de emergir - coisa de quem anda por dentro.

Aqui sou um prelúdio bruto de mim mesma. Sou ainda não.

  O desejo de me integrar a mim é o desejo de integração com a natureza. Os quatro elementos me reintegram.  Este contato é o que me faz sentir que há mais vida e que sou mais viva do que eu. Do não caber em si surge uma explosão. O fogo, que  é transformação.

 O útero, espaço de transformação que determina um tempo (o orgânico) a partir de sua dinâmica entre esvaziar-se e encher-se, é onde se dá a vida e a morte. Neste espaço-tempo pulsa o tudo e o nada. Ele não é uma coisa, mas a latência de todas as coisas.

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